Sobre hoaxes, golpes e contos do vigário no email marketing

Publicado em 28 de novembro de 2012

A maquiagem de promoções na Black Friday deste ano no Brasil, que rendeu boas críticas por parte dos internautas, é na verdade apenas mais um dos golpes que se espalham pela rede. Quem já não viu na sua timeline do Facebook a já famosa mensagem sobre privacidade? Onde os usuários urgem outros a compartilhar um texto proclamando ao Facebook que fique longe de suas postagens e de outras informações pessoais. Adivinhem: a iniciativa é inútil e só contribui mesmo para poluir a timeline alheia com mais uma corrente desnecessária.

Mas não se sinta mal se tiver sido vítima dessa história, caro leitor, cair nesse tipo de hoax ou golpe não é exclusividade apenas de internautas incautos: nesta semana, por exemplo, boa parte da mídia especializada em tecnologia foi pega de surpresa ao publicar uma nota falsa sobre a compra da empresa ICOA por parte do Google. O release era falso e nenhuma das duas empresas envolvidas estava sequer ciente do ocorrido, mas mesmo assim vários meios de comunicação respeitáveis publicaram a história infundada. O caso fica pior ainda se levarmos em conta que poucos minutos de apuração por parte dos jornalistas teriam levantado suspeitas em relação à notícia e evitado que essa gafe fosse cometida. 

Vergonhoso? Sim. Passível de ser evitado? Com certeza. Aqui começamos a entrar na causa por trás do sucesso de alguns desses golpes. As pessoas querem tanto acreditar em algo ou querem tanto tomar o caminho mais fácil que se deixam levar por promessas vazias e notícias superficiais. No email marketing vemos muito isso com o caso de novos usuários que querem construir rapidamente uma lista de contatos. Ao invés de investirem o tempo e esforço necessários para construir uma lista robusta a partir do zero, caem nas tentações dos golpes de vendas de listas prontas pela internet.

É tentador: os sites que vendem esse tipo de lista alegam que todos os contatos são optin, segmentados por região e profissão, comprovadamente válidos. Parece até bom demais para ser verdade. E é. Esse tipo de oferta é golpe. Simples assim. 

Há várias maneiras de identificar esse tipo de conto do vigário. Para começo de conversa, convenhamos, qualquer um que faça propaganda de uma lista de qualidade, segmentada e optin de dois milhões de contatos (ou mais ou menos) por qualquer preço está obviamente tentando passar a perna em algum novato incauto. Uma das coisas que você deve considerar é que quem realmente chega a atingir um número considerável de contatos nunca se distanciaria essa lista. Só a ideia de vender uma lista é bem suspeita. 

Não caia nesse golpe. Os contatos dessas listas são em sua maioria ou inventados automaticamente por um programa que cria variações planejadas de possíveis endereços válidos ou são capturados em sites na internet também através de programas automatizados. De qualquer modo o resultado é uma lista que é composta praticamente só de contatos inúteis e por isso as taxas de emails inválidos são consideravelmente altas.

De um jeito ou outro as conseqüências virão. Ou sua conta do provedor de email marketing será cancelada ou os próprios provedores de email passarão eventualmente a bloquear os seus envios por suspeita de spam. É um caminho que parece fácil, mas que invariavelmente manchará o nome da sua empresa. Na dúvida, pare um pouco e pense nas possíveis conseqüências a longo prazo para sua estratégia de comunicação como um todo. Caso continue em dúvida, sempre pode consultar um dos nossos atendentes.